25 de nov. de 2009

O Surdo e o Pandeiro

Totonho e Paulinho Rezende, dois sambistas, letristas, compositores, músicos e, nas horas vagas, gênios, em 1975, compuseram O SURDO. E deram para Alcione. Vai, Alcione, emociona e faz sucesso, disseram.

Ela foi e fez sucesso, seu primeiro sucesso nacional.



Chico da Silva e Venâncio, dois gênios, e nas horas vagas, sambistas, letristas, compositores e músicos, em 1977, compuseram PANDEIRO É O MEU NOME, como resposta ao "O Surdo". Deram para mesma Alcione. Vai, Alcione, emociona, mais uma vez a gente, disseram.

Ela foi, cantou e cravou o nome na história da música.



Aprimorou e dominou, cada vez mais, a bela voz, negra de mulata mulher maranhense.




Pandeiro é meu Nome (Composição: Chico da Silva/ Venâncio)

Falaram que meu companheiro
Meu amigo surdo, parece absurdo
Apanha por tudo
Ninguém canta samba
Sem ele apanhar

Não ouviram que seu companheiro
Amigo pandeiro
Também tira coco do mesmo coqueiro
Apanha sorrindo pra povo cantar

Pandeiro
Não é absurdo mas é o meu nome
Não me chamo surdo mas aguento fome
Pandeiro não come mas pode apanhar

Ao povo que vibra na força do som brasileiro
Não é só o surdo nem só o pandeiro
Tem uma família tocando legal

Você cantando, tocando e batendo na gente
Passando por tudo tão indiferente
Não conhece a dor do instrumental

Batuqueiro ê, batuqueiro
Cantando samba pode bater no pandeiro
Batuqueiro ê, batuqueiro
Cantando samba pode bater no pandeiro

O Surdo (Composição: Totonho e Paulinho Rezende)

Amigo, que ironia desta vida
Você chora na avenida
Pro meu povo se alegrar

Eu bato forte em você
E aqui dentro do peito uma dor
Me destrói
Mas você me entende
E diz que pancada de amor não dói

Meu surdo parece absurdo
Mas você me escuta
Bem mais que os amigos lá do bar

Não deixa que a dor
Mais lhe machuque
Pois pelo seu batuque
Eu dou fim ao meu pranto e começo a cantar

Meu surdo bato forte no seu couro
Só escuto este teu choro
Que os aplausos vêm pra consolar

Meu surdo, velho amigo e companheiro
Da avenida e de terreiro,
De rodas de samba e de solidão

Não deixe que eu vencido de cansaço
Me descuide desse abraço
E desfaça e compasso do passo do meu coração

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